Modulo II

Desafio
 
« (…) “Já sete horas”, disse para consigo ao ouvir de novo o despertador, “já sete horas e um nevoeiro destes.” E durante uns instantes ficou quieto, respirando baixinho, como se esperasse do silêncio absoluto a reposição da situação real e natural. (…) preparou-se para balançar o corpo a todo o comprimento, fazendo-o cair assim de uma vez de cima da cama. Se se deixasse cair desta maneira, a cabeça, que ele levantaria ao máximo ao tombar, não devia sofrer nada. As costas pareciam ser duras, e não lhes aconteceria nada se caíssem em cima do tapete. O que mais o preocupava era a ideia do estrondo que isso iria provocar, e do susto, ou pelo menos da preocupação que tal baque iria causar atrás de todas as portas. Mas era preciso arriscar. (…)» (“A Metamorfose”, Franz Kafka)


"Mas era preciso arriscar"
E tu o que estás disposto a arriscar?

Conceito


“Eu arrisco na minha variedade de  pontas espigadas para assim poder aumentar e fortalecer a porca da minha rasta”

Esta frase significa que arrisco nas possibilidades ,ou seja na ignorância. na dimensão que é a ignorância (pontas espigadas), porque ao arriscar na minha ignorância vou conseguir chegar ao conhecido (porca da minha rasta), á sabedoria e é esse o meu objectivo, chegar á sabedoria para dia após dia essa ir aumentando-a, com o meu esforço de querer saber e ter cada vez menos pontas espigadas.



Referenciais:

Referenciais a utilizar na exploração do conceito

«(...) Se se deixasse cair daquela maneira, a cabeça, que ele tencionava manter erguida durante a queda, possivelmente não ficaria magoada. As costas pareciam ser rijas; provavelmente nada lhes aconteceria ao baterem no tapete. (...) Gregor atirou-se impetuosamente da cama abaixo(...)» (Excerto de “A Metamorfose”  Franz Kafka)

Escolhi este excerto porque demonstra essencialmente o meu conceito, devido a Gregor neste momento da história decidir se mexer ou não, e falo-o, ficando assim a saber a certeza das suas possibilidades que eram neste caso se caísse de cabeça erguida não se magoaria ou cair de costas que lhe pareciam bastante rijas e por isso não se magoaria e ele escolheu e arriscou na sua ignorância e assim obteve a sabedoria.


Algumas palavras-chave para apoio ao meu conceito:
  • Peso/ Leveza
  • Conhecimento/ Ignorância
Imagens de peso e leveza:








Imagens de Conhecimento e ignorancia ( a porca e as pontas espigadas ) :






                                            







Alguns textos acerca desta temática:


Arriscar é viver
Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu
verdadeiro.

Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a
perder.

Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas...é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar,
viver...

Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo.
Não se arriscar é perder a vida..."
(Soren Kiekegaard)

Algumas imagens de orivesaria reciclada














Exploração de ideias:














 

Exploração de ideias em livros na aula da tecnologia:










6.Selecção e desenvolvimento de uma ideia

Imagens construídas a partir de elementos anteriormente desenhados na exploração de ideias para tentar obter um projecto de uma jóia.

















Relatório de todas as aulas da Tecnologia (Ourivesaria)

A aula do dia 29 de Outubro de 2010 foi a primeira aula da tecnologia de ourivesaria.
Nessa aula ficámos a conhecer as duas professoras e elas a nós, também nos fizeram uma breve apresentação num PowerPoint onde se demonstrava a evolução da ourivesaria desde a pré-história até aos dias de hoje.

 Na pré-historia o homem usava desde ossos, a dentes de animais e a elementos orgânicos para fabricar as suas jóias, que na altura tinham um grande carácter simbólico.

A passagem do período paleolítico para o neolítico foi marcada com a passagem de nómada a sedentário, ou seja, os homens começaram a fixar-se apenas num sítio.
            Mais tarde veio os descobrimentos dos metais, o que foi um grande avanço na ourivesaria. A partir desse descobrimento começaram a surgir as várias técnicas que conhecemos agora, por exemplo a técnica da filigrana.
            Na Idade média começaram-se a usar as pedras na ourivesaria, como por exemplo a granada, pois nesta altura havia muito o culto da relíquia.

            No renascimento havia uma temática muito mais exótica relacionada com a índia ou com a África, também por vezes relacionada com o mar. Para isso utilizavam-se as pedras e o esmalte, que dava um valor cromático e uma intenção de pedra. Nesta época também a ourivesaria estava mais ligada á cultura do que à religião. Era uma ourivesaria muito decorativa, onde se usava na roupa peças muito elaboradas.

            No período Neoclássico/Romantismo começou-se a aplicar pinturas e simplificação das formas nas jóias. Neste período o que foi mais marcante foi a ligação que se fazia com o culto da morte. Então, devido a esse culto, fizeram-se jóias próprias para as viúvas.

Já na arte nova realizou-se a revolução industrial, ou seja, uma peça já poderia ser fabricada em série e a sua temática era a natureza e o maravilhoso rosto feminino e foi neste período que se começou a dar grande importância á autoria, ou seja, as peças começam a ser assinadas devidamente.

Nos anos 60, as jóias começam a ser abstractas e geométricas. Com isto, começa-se a transmitir sensação ao público e formas de ver que se diferenciam de pessoa para pessoa.

No Sec.XX existe uma transformação não muito diferente da dos anos 60. Neste século aparecem novos materiais, formas abstractas, novas linguagens, e aqui a grande diferença é que começa a haver cruzamento de áreas, quer isto dizer que por exemplo a joalharia poderia servir para um figurino.





No dia 5 de Novembro de 2010 foi a segunda aula de ourivesaria, em que as professoras falaram das técnicas e materiais da ourivesaria. Também fizemos uma pesquisa de formas em livros de jóias para nos ajudar a saber como fazer as nossas 3 peças de ourivesaria.
Nesta aula foram ainda nos indicados alguns símbolos de materiais com os quais vamos trabalhar em ourivesaria, entre eles:

-Prata:  Ag
 -Cobre:  Co
 -Latão: Cu+Zn

O cobre, que normalmente tem uma cor avermelhada, é muito mais maleável que a lata, que tem uma cor mais amarelada, e muitas vezes é o cobre que faz os volumes da peça.

As várias técnicas são:

                     Técnica da cinzelagem: esta técnica consiste em dar volume á peça, pegando numa chapa de qualquer material, como por exemplo o cobre, assentar essa chapa numa pasta que se chama breu e bata-se por trás para criar esse tal volume.

                     Técnica da filigrana - Técnica de ourivesaria que consiste na combinação de delicados e finíssimos fios de ouro ou prata aplicados sobre placas do mesmo metal, desenhando motivos circulares, espiralados ou em SS, criando um efeito de renda.


                   Técnica da cinzelagem – Técnica que permite criar volumes nos metais, moldando-se uma chapa.

                   Técnica da serragem – Técnica onde é obrigatório o uso de uma estilheira para apoiar as peças que irão ser serradas.

                   Técnica da dobragem;

                   Técnica da conformação – Técnica que faz o metal crescer em várias direcções. Nesta técnica é utilizada uma embutideira para moldar formas redondas.

                   Técnica da soldadura – Técnica utilizada para juntar os diferentes pedaços de metal através de solda. Também é utilizado tincal para o metal não oxidar com o calor.

Pesquisa de formas e pormenores de joias de livros:






Para explorarmos como fazer uma peça de ourivesaria com material reciclado as professoras pediram que trouxéssemos na aula seguinte os seguintes materiais:

                     papel/plástico;
                     cartão;
                     madeira;
                     arames;
                     tecidos;
                     latas;
                     esferovite;
                     tampas;
                     botões;
                     esponjas;
                     garrafas de plástico;
                     caixas de ovos;
                     vidro;
                     entre outros.

Para servir de elementos de ligação deram alguns exemplos como:

                     cola;
                     fita-cola;
                     agulhas e linhas;
                     x-acto;
                     tesoura;
                     alicates.







Na aula do dia 12 de Novembro de 2010 começamos com a experimentação dos materiais que nos propuseram na aula anterior. Com todos os materiais, pediram que fizéssemos 5 experimentações, das quais eu fiz estas:


Esta imagem contem a minha primeira experimentação. O material que usei foi tecido branco, arames com acessório de plástico á ponta, também brancos, uns outros arames com acessórios brilhantes, revestidos com papel branco para ficarem unidos e um botão de metal no centro, e para que ficassem como estão na figura utilizei fita-cola.








  Esta imagem contem a minha segunda experimentação, onde, para a realizar, utilizei uma folha de estanho, uma porca de metal e um arame no meio com acessório branco. Para unir os materiais como estão na figura utilizei fita-cola.














  Esta imagem mostra a minha terceira experimentação, nesta utilizei duas folhas de estanho, uma fivela de cinto revestida com papel de prata, esferovite e novamente dois arames com acessório na ponta vermelho. Esta experimentação tem os materiais a dobrar para que seja possível usar-se tanto de um lado como do outro.








  Esta imagem corresponde a minha quarta experimentação, a qual foi feita com um fecho-éclair e para manter o formato apresentado cozi o fecho de modo a manter a estrutura.













 


  Esta imagem corresponde á minha quinta e ultima experimentação, que foi produzida com papel rugoso verde-escuro com arames com acessório amarelo e vermelho e com uma linha de lã a segurar.














Na aula do dia 26 de Novembro de 2010, começamos a realizar as nossas peças de ourivesaria seguindo a planificação que fizemos nas aulas de projecto.


A partir desta planificação realizei um anel, usando ou não os mesmos materiais.



























Comecei por usar um arame e um bocado de cartão colado ao arame com fita-cola como vemos na figura 1. De seguida revesti o arame e o cartão com papel castanho e colei o papel com cola como se vê na figura 2. Na figura 3 já se vê a peça final que apenas á parte de cartão acrescentei tecido, cosendo-o, e arames com acessório preto, fixando-os furando o tecido e colando com cola para não se soltarem. A figura 4 dá-nos uma ideia de como fica a peça como anel.



Na aula do dia 3 de Dezembro de 2010, continuamos a produzir as nossas peças.

A partir desta planificação realizei um outro anel com alguns materiais que indiquei e outros que foi necessário alterar.


 

Na figura 5 estão representados 2 rolinhos que foram feitos de tecido e recheados com arroz, um pouco mais á direita estão 2 rolinhos também feitos da mesma forma apenas um pouco maiores e unidos, em cima encontra-se uma tira de tecido com pelo esbranquiçado e acastanhado. Na figura 6 está presente a tira de pelo, mas desta vez já cozida com linha. A figura 7 representa a peça já acabada com todos os elementos unidos através de linha, ou seja, cozidos. Por fim a figura 8 demonstra-nos como a peça fica ao ser utilizada como anel





A partir desta planificação realizei um pendente, novamente não pude realizar ao pormenor como projectei, pois alguns materiais tiveram de ser diferentes.

 



Comecei por cozer o tecido e recheá-lo com algodão, como se vê na figura 9. De
seguida fiz com papel rugoso, castanho, rolinhos e para que não se desmanchassem coloquei-lhes cola líquida, alguns deles estão na figura 10. Para finalizar a peça, juntei todos os rolinhos de papel, cozi e colei no tecido para que ficassem bem fixos e fortes como na figura 11. Coloquei aquele rolinho verde maior e mais grosso para que a peça se pudesse pendurar e como toque final o pelo apenas na parte de baixo do tecido, como se vê na figura 13








Ficha Técnica da jóia








•                     Autor – Salvador Dali

•                     Data - não definida, meados do século XX

•                     Materiais utilizados - ouro e diamantes

•                     Técnicas utilizadas - não apresentadas

•                     Dimensões: não apresentadas

•                     Conceito: Este peça de joalharia pretende representar a flexibilidade do tempo, através do relógio que ganha formas não definidas. Muitas vezes o homem não vê que o tempo pode ser maleável, ou seja, flexível. O tempo depende da maneira como o vemos e, por isso, Salvador dali pretende transmitir esse sentimento, o sentimento de flexibilidade.

•                    Informações sobre o autor: salvador dali nasceu 1904 e morreu em 1989. É conhecido pela sua pintura surrealista, pois combina imagens bizarras e uma excelente qualidade plástica. Este destacou-se também pelas obras realizadas em joalharia, através das quais tenta transmitir os mesmos sentimentos que pretende transmitir nos seus quadros. Apesar de não ter sido ele próprio a manufacturar as peças, foi ele que as planificou e que as desenhou. Salvador dali e actualmente reconhecido mundialmente, tendo obras espalhadas por vários museus dos mundos.